sábado, 19 de fevereiro de 2011

Sem Autor, Não Há Trabalho

Lamento muito por saber
Que agora não lerás meu trabalho.
Lamento tanto por aceitar
Que num futuro próximo
Jazerá, solitário
Meu poema.

E lamento dizer que,
Relutantemente, concordei
Em parar de escrever.

E consequentemente
Ninguém mais vai ler
Minhas histórias.

Agora, fervilho de ideias
Mas não as escrevo
Tenho obrigações.
E muito embora não simpatize com elas
Têm de ser feitas.

Lamento tanto não poder escrever.

Ano letivo já começou.
Espero que entendam.
Na verdade, nem tudo acabou
Mas meus poemas aqui
Jazerão solitários.

Afinal, sem escrita não há autor.
Sem autor, não há trabalho.
E sem trabalho, não há leitor.

Dói saber que meus poemas não serão lidos
Mas não posso lutar com as obrigações
- Como é duro a aceitação dessas! -
E lamento a verdade.

2 comentários:

  1. Esse post me lembra essa música do Chico Buarque: http://letras.terra.com.br/chico-buarque/45102/

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  2. É, só que o Chico Buarque escreveu de um modo muito mais poético e enigmático.

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