quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Imensidão

Paro
Penso
Olho
A escuridão.

Vejo
O fim de tudo
Início do mundo
Imensidão.

Perco-me
Em pensamentos
Focalizados em nada.

Percebo
Que tudo não passa
De nada
Aos olhos alheios.

Por que essa raça
Que domina os quatro cantos
Se destrói e se acaba
Por si só?

E por que
Essa mesma raça
Ainda assim
É aclamada
Por outros?

Pois bem, pensando assim
Vejo por fim
A imensidão
De certos atos profanos.

E passam-se os anos
Sem que um, enfim
Torne-se verdadeiramente
Humano.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Ode ao Guerreiro

Numa pequenina vila
Escondida do mar
Havia um homem
Que sabia lutar.

Ele era heroico
Não há como negar
Mas sua vida tão curta
Não demorou a findar.

Nos tempos helênicos
Na Guerra de Troia
Esse bom guerreiro
Entrou na tramoia.

Foi pro Cavalo
Na calada da noite
Quando os troianos
Estavam dormindo.

Invadiu seus lares
Queimou suas casas
E a boa Helena
A Troia voltou.

Menelau, satisfeito
Baixou suas defesas
E no futuro próximo
O bom guerreiro findou sua vida.

Tornou-se rei troiano
Ganhou bastante poder
E o guerreiro
Foi ao sono eterno.

Liberdade

Quando souber
O que é ter algemas de aço
Em suas mãos
Terá uma ínfima
Noção
Do que é ser
Escravo.

Preso
Limitado pelas decisões de outro ser
Que não é confiável
Pode até parecer
Mas no final
Acaba por destruir
Você.

Afortunado
Aquele que sabe o que quer
E tem liberdade para fazê-lo
Cruel
Aquele que prende
E não deixa fazer.

O mundo de hoje
Foi feito por homens
Que se rebelaram contra o destino
Fizeram dele um desatino
Uma aventura de ficção.

Com as próprias mãos
O sangue e o suor
Criaram, num pequeno espaço de tempo
Esse nosso mundo.

Livre
Agradeça por ser
Livre
Ter nas mãos a decisão
De fazer o que quiser, então
Olhe aqui
E escolha teu futuro...

Talentoso ou não
Seja quem você é
Porque a nossa liberdade concede
A maravilha de ser, e o que for, será.

Aproveite
A maravilha de ser quem tu és
Sem as algemas desumanas
Que pendiam dos nossos braços
No passado.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Modorra

Paro, olho para letras
Flutuantes
Mínimas
Insignificantes.

Passam a saltar da página
Formando desenhos
Brincando de pega-pega
Sem demonstrar seu real intento.

Assim, vou vendo
Notando cada erro
No subconsciente.

Na realidade, tonto como estou
Não raciocino
Sigo instintos
Primitivos.

Penso naquela imagem
Gravada a fogo
Na minha mente.

E pela primeira vez
Vejo a trama por inteiro.
Pena que, na modorra
Não lembre de nada amanhã.

Portanto, logo esqueço
Meu raciocínio descentralizado
Em nada focalizado
Que vê tudo como um todo.

E, enquanto as letras
Brincam nesse pega-pega infindável
Devaneio mais uma vez
Escrevendo de modo cortês
Mais um de meus poemas.

E, ao final de tudo
Desmaio na minha cama
De sono.

Mas amanhã já não lembro mais
Da vaga noção da modorra
Porém não esqueço - jamais! -
Do raciocínio na modorra.

Já que ela volta toda noite
Para me assombrar
E assolar
Cada parte de minha mente...

Minhas sinceras desculpas

Sim, não posto no blog há um bom tempo. Há, no entanto, um bom motivo para isso: a internet não estava funcionando, e assim não pude acessar o site. A partir de hoje volto a postar um poema a cada dia, como antes. Minhas sinceras desculpas pelo incidente,

Blog Prosas e Histórias.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Natal

Todos devem agradecer
O menininho que, nascido na manjedoura
Incentivou cultura
Tão duradoura.

Pela estrela dos céus
Os três reis se unirão
E no final darão
O presente da unanimidade mundial.

Portanto, cristandade
Aceite com unidade
Os prazeres da reunião.
Goze, porém respeite
A integridade.

Tenha cuidado, eu alerto
Seja precavido, motorista
Melhor prevenir
Que remediar nas estradas.

Famílias dos quatro cantos
Sigam suas vidas e entoem seus mantras
Vivam a vida, façam acontecer
Brinquem, cooperem até anoitecer.

E quando, na calada escura
Recolherem-se aos seus lençois
Lembrem-se, pessoas de todo mundo
Do menininho que tudo iniciou.

E no final, seja grato
Pelo Natal que ganhou
Agradeça ao acordar e dormir
E reconheça o que levou.

BOM NATAL A TODOS!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Aviso

Em decorrência da minha viagem - notem, meu último poema foi sobre viagens - que começará dia 15 e terminará dia 22, lamento informar-lhes que o blog não postará durante oito dias, incluindo hoje.
Dia 14 não postei pois estava preparando algumas particulariedades; saindo com minha família para terminar de certificar documentos, etc. etc. Sabem: Coisas corriqueiras de uma viagem.
Bom, assim digo 'tchau', tenham uma boa semana e, a paritr do dia 22, não deixem de visitar o blog. Todo dia com novas postagens! =D

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Viagem

Corre!, corre João!
Estou de malas prontas!
Já escovou os dentes?
Está tudo prontinho?

No carro, vamos seguindo
Desesperados, ao aeroporto
'Moça, dá licença
Eu vim com esse moço!'

Todo mundo junto!
Isso!, passa a plataforma!
Embarca! Ufa!
Hora de pegar os lugares!

E o avião decola
Num instantinho está no ar
A família tem tonteira
E põe-se a agarrar.

Me abraça, Joãozinho
Que o avião sobrevoa mar
Já pensou, Joãozinho
Se isso cai, como vai tudo quebrar?!

E logo no pouso
A família a desesperar
"Corre pegar mala!
Juntos!, juntos vamos ficar!"

Graças!, ao final de tudo
Todos juntos
Ninguém mais pode lamuriar
Afinal, estamos de viagem
E viagem não é pra chorar.

Agora é tempo de risos
Tempo de nadar
E enquanto os pequenos brincam
Os velhos põem-se a conversar.

E, ao final de tudo
Vem a repetição:

Corre!,
Corre João!
Estou de malas prontas
Já escovou os dentes?
Está tudo prontinho?...

E o desfecho dessa história
Sabemos como é
Voltamos à nossa cidade - nossa glória!
E ficamos prontos pro que der e vier.

O próximo ano é novo
Mas não tem nada de novo não
A gente volta pra escola
Aprender mais uma lição.

E, ao final de tudo
Ainda bate uma saudadezinha
Daqueles seus amigos de tempos antigos
E quer voltar pra sua cidadezinha.

Cheguemos à escola
Olha só como é
Escola é chato, sim
Mas só pra quem quer.
Eu revejo meus amigos
Ou talvez aqueles que assim parecem
Mas mesmo assim
Fico feliz
Pois eles SEMPRE reaparecem.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Z, S ou X?

Deixemos o patriotismo de lado
E veremos a situação:
Brasileiro complica tudo
Até na linguagem tem que fazer confusão!

Imagina exame com 'z'!
Seria ezame
Mas se o som continua certinho
Pra que usar letras diferentes, então?

Pior ainda é gaze
Que um dia troquei 'z' por 's'
Fiz uma coisa errada
E olha só no que deu!

O médico foi usar gaze
Coitado, se enrolou
O que ele encontrou
Foi gase, que não é pra médico não!

Assim, sem querer, sem querendo
Fui confundindo o paciente
Que de tanto ficar ouvindo
Se estasiou de repente.

Fugiu do hospital
Foi é voltar pra escola
Porque trocar S com Z, Z com S
S com X e X com S...

Não é pra gabola!
Estou avisando, cuidado,
Quero até avisar
Dobrado!
Afinal, você viu:
Confundi o médico
E o paciente sumiu!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Música

Pego a viola
Tarde já o Sol vai se pondo
Componho uma nota
Desconhecida de som extraordinário.

Invento um batuque
Que acompanhe as notas escolhidas
E repetidamente
Faço meus versos antes determinados.

Deito palavras com
Jeitinho de criança
E rimando repetido
Eu consigo
Compor a minha música.

Assim faço minha música
Feita de notas dispersas
Da viola
Assim descubro mais notas
Na música incerta
Da viola.

Com isso vou caminhando
E descobrindo novos jeitos de tocar
É assim que vou andando
Na experiência que estou a ganhar.

Viola nova
Logo tenho que acostumar
Sons rarefeitos
Feitos direito por um menino com defeitos.

Sem noção de musicalidade
A minha idade
É pequena, eu sei
Me falta experiência
Mas é treinando que assim tu a consegues.

Portanto iremos
Caminhando pelas notas da minha música
E no fim teremos
Mais uma nota pra compor a minha música.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Saudade

Há uma coisa que bate
Repetida no meu coração
É o sol se pondo de tarde
É o final duma canção.

É um pedacinho de chocolate
Construção da paixão
É a base da irmandade
Que origina a união.

O que eu sinto agora
É a saudade
Pura, forte, irresistível
Feita numa realidade inconcebível
Que admite as emoções.

É ela o ente
Que une a gente
E nos faz chorar

Ela é um bicho inconsequente
Faz o coração bater repetidamente
E fazer algo inerente
Ao sabor da ilusão.

De ter seus entes amados
Perto de seus abraços
Laços que unem pessoas
Sob a paz da razão.

União

União eterna
Felicidade que não acaba
Teu nome:
Amizade.

Entendo
Porém não compreendo
Essa busca humana
Pela comunidade.

Perdão
Pedra-base
Para união.

Receio que no futuro
A desconfiança
Mude o mundo
E deixe-nos a chorar.

Concordo com a busca de apoio
Amigo serve como ombro
Quando necessitas de chorar.

Mas dessa união ardente
Que faz com que corações latentes
Ponham-se a mover
Nasce um amor
Inconsequente
Que no final não compreende
A complexidade do amar.

Assim o ser humano busca
Um rosto amigo
Para se consolar
E busca, logo acha
Um ombro amigo
Para se apoiar.

Brasileiro

Mescla de negro e branco
Brasileiro criança
Nasce
Com bola no pé.

Gosta de viver na lambança
Nas aventuras difusas
Que só fazendo
Pra saber como é.

Brasileiro jovem
Não gosta de estudo
Prefere sair
Pra boate.

Mas o melhor do brasileiro
É que é gente humilde
Trabalhadora
Que gosta de ser como é
Pessoa feliz.

Mas antes
Nos tempos de Dantes
Brasileiro era como ele só
Parecia uma família unida
Que crescia
Ano após ano.

Mas agora
A beleza desse nosso Brasil
Foi-se embora
Pela ganância do estrangeiro
Aqui instalada
Que infelizmente deixou uma marca
Que não é removível.

E finalizo esse texto
Com uma só proclamação:
Os brasileiros são povo humilde
Que juntos, fizeram nossa nação!

Viver

Algo interessante
Que acho inquietante
É que nessa vida
Homens esquecem de algo muito importante:
Viver.

Preocupam-se com coisas inúteis
Gastam o tempo com coisas fúteis
E não lembram de reverenciar o mundo
Aproveitar tudo
O que têm pra viver.

Mas então que há de ser do mundo
Sem ser vivido
Pelo nosso ser?
Acaba tornando-se algo imundo
Que não é o nosso mundo.

Vira uma esfera na imensidão do espaço
Insignificante, inexata
Feita por mãos mal-amadas
Que não sabem o que querer.

Não desejas um mundo melhor para teus filhos?
Pois levanta-te e melhora o mundo
Que já não é mais mundo
Por causa de você
Que não sabe viver.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Manipuladora

Ela tenta
Eu sei que tenta
Manipular-me
Porém, conheço o teatro
Tão bem arrumado
E esquivo-me.

Das investidas infelizes
Dadas como bote de cascavel
Carregadas de veneno
Veneno cruel.

Faz canções
Tenta fazer
Ciúme.

Mas sei que isso é besteira
Tentativas verdadeiras
De reconquista
Porém, ela é só uma
Amiga.

Nos Meus Tempos D'Ouro

Lá na minha escola
Vieram com uma nova modinha
De usar tênis de marca
E dizer que é gente fina.

Portanto, desse garoto
É a sina
De viver sem ser feliz
E sendo ignorado
Pela menina.

Assim, nos meus tempos d'ouro
Não mais tocava MPB
Viam-se nas rádios músicas novas
Tão ruins que chegam a doer
Meus ouvidos.

E hoje quando vejo minha situação
Sem mais nova inspiração
Vejo e percebo tal qual num teatro
O fim da história de meus tempos d'ouro.

E assim, com grandesíssima falcatrua
Termino de contar meu conto
Tenho que voar pelos cantos
A buscar inspiração.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Falsidade

Miragens
Enganadoras
Ilusões
Figuras aterradoras

Que fazem do ser
Bonecos controláveis
Impossíveis
Pequenos bonecos na mão
Da Eternidade

Vista obscura
Incerta
De ternura
Simples e desafortunada

Percebo já
Que a raça humana é uma fraude
Vista sob a ótica da maldade
Que faz brincadeiras
Pejorativas

E agora percebo a história
E mando essa mensagem
'Precisamos de malandragem'
Nessa vida de falsos amigos

Inimigos
Semelhantes em número e grau aos nossos
Amigos
Que enganam e fazem de nós
O novelo de lã dum felino.

Seja objetivo
Continue ou pare com isso
Pois não quero mais saber teu nome ou tua idade
Pois já sei, o coletivo de amigos
É '´Falsidade'

Casal

Vieram
Tão inesquecíveis
Vieram juntos
E vieram livres...

Viveram como cisnes apaixonados
Deixando tudo de lado
Para serem felizes...

E quando a luz
Bate
Eterna
Vimos qual é essa fera
Denominada amor...

E tendo em mente a gente
Compus essa canção
Sobre meu coração
Latente...

Creio
Nesta sorte indecente
Na minha vida incandescente
Nesse barco a remar...

E vejo
O que não via antes
Vejo o amor em tudo
Na terra, no Sol, no ar...

E a beleza desse
Universo
Que declamo nesses
Versos
São só pra admirar...

Criança e Adulto

Como já dizia Lobato
Homem é bicho burro
Que mata por matar
Por esporte.
Deveria ser sempre criança
Nessas brincadeiras e andanças
Aventuras de brincar de guerrear.

Mas assim
Não seria bicho grande
Oponente evolutivo
Do crescimento do ser.
Que faz homem ser gigante
Ser adulto ignorante
Que humilha criança
Sem saber.

Há algo mais belo nessa vida
Do que brincar?
Do que brincar de viver?
Nada, homem prefere sofrer.

O bom dessa vida é ser criança
Virar Peter Pan
Eternamente imutável
Ver maravilhas inesquecíveis.
Eu quero mesmo é imaginar
O meu mundinho
Onde eu posso ser quem quiser
Pequenininho
E brincar de viver.

Olho e percebo
A bobeira de ser adulto
'Responsável' e inútil...
Ah
Querias ser mesmo é criança
Viver nestas mesmas andanças
E aventuras de ser
Amado...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Coração

Vivia no escuro
Sem saber
Sem viver.

Veio minha dama
E me libertou
Das garras irreconhecíveis
Do desconhecimento
Do amor.

E de repente
Vi a gente
Isolado
A trocar segredos.

E adorava
Quando ela dizia
"Eu te amo..."

Garota
Você mexe com o meu coração
E faz eu viver então
E desde o dia que te vi
Percebi

Te amo...

Garota
Essa história já é de novela
Eu era Vilela
Tornei-me Camilo
Rita... Estou aqui

E espero
Extasiado
Pela sua presença
Sou apaixonado

Enfim, te amo...

Respeito

Se tu queres
Aquele mito
Há muito perdido
Chamado respeito

Reflita se teu amigo também é irmão
Se teu irmão é teu amigo
E aí, então
Terás uma boa definição
Do que é o respeito

Como minha mãe já dizia
E lembrava-me, todo dia
O respeito começa
Quando o direito de um termina
E o do outro inicia
Ora essa!

Nesta vida inútil
Com um grande falso amigo fútil
Que há, então
De haver respeito?

Pense, a resposta é simples:
O bendito foi-se!...

Raça

Raça
Coisa pequena
Como cor.

Separa
Nações inteiras
Sob a dor.

Implícito
O preconceito
Contra a cor.

Explícito
Nas ordens relevantes
Imperiais e impressionantes
Opressoras do ser.

Ainda há por vir
Um ser humano completo
Incessantemente guerreiro
E completamente justo
Que faça iguais o executivo e o marinheiro
Que não meça custos
Na ajuda
E que ignore lucros.

Hão de existir, porém
Os inúteis
Pastores atrasados dos carneiros- Que são a humanidade
Hoje em dia, os pastores têm um nome:
Milionários.

O dinheiro e a raça
Andam juntos nessa sociedade
Que faz com que o poder do dinheiro
Não acabe
E o preconceito da raça
Não finde.

Escola

Tantas
Aventuras
Passei
Não quis saber
De outra coisa
A não ser
A escola
Vidas Joviais
Que se encontram
Vidas animais
Que se entrelaçam
Se abraçam
E beijam-se
Num encontro muito longo

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Barulhos

Tic Toc, Tic Toc
Faz o relógio
Lá da sala
Pinc Pinc, Pinc Pinc
Faz o balde
Com gota d'água
Vruuuuum sem parar
Faz a TV
Desesperada
E Tum, Tum, Tum, Tum
Fazem os cachorros
Lá de fora

Agora olhe
Tal barulheira,
Barulho incessante e alto
Incessante nos altos e baixos
Dessa vida
Rotineira
Quebra, Quebra, Tic Toc, Toc Tic irreparável
Que bate-bate nas noites
Seguidas.

Temor que nos dá
Tal noite assombrada
Por barulhos incompreensíveis
Da noite à alvorada

E assim, termino essa estória
Que conta os enganos da noite.
Que faz com que um sussurro
Vire açoite
No azedume do escuro.