sábado, 26 de fevereiro de 2011

Otário

Eu sei que cheguei
No horário errado
Não sou oportunista
Sou mesmo um otário.

Não sei onde nem quando
Nem me orientar
Nesse mundo de estranhos
De que serve se informar?

Hoje eu sei
Me enganei
O que houve não era verdade
Procurava a
Ilusão
Procurava
A decepção.

Agora eu já estou livre
Leve, solto, pronto pra histórias
Não se ofenda, por favor
Só não ligo pras suas verdades.

Sim, eu sei
Eu sou um otário
Falando mentiras
Em meio a verdades
É, eu sei
Não sou oportunista
Mas que tal
Pelo menos uma vez
Cuidar da sua vida?

Por favor, vá embora
Já não quero mais olhar pra você
Com esse sorrisinho falso
E os olhos cínicos
Não sei por quê.
Por quê?

Agora o tempo passa - não, ele voa -
Mas eu continuo numa boa
O sofrimento me fez crescer
Doze anos aguentando
Não é pra qualquer um.

Quando a tristeza vem me abater
Eu fecho os olhos e começo a chorar
Não, não tenho embaraço
Meu passado é uma mentira
Meu futuro é uma vergonha.


João Lucas Fernandes de Sá

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Animais

O Carneiro pulava a cerca
E vivia vendo a Vaca.
Vaca mais Vaca que ela não há.
Só a Vaca Leiteira, que além de vaca, dá leite
É mais vaca que a Senhora Vaca.

O Carneiro gostava do Burro.
E o Burro era burro mesmo.
Seu nome? Burro também.
Ele e o Carneiro eram amigos
Amigos demais.

Só que o Burro era parente do Cavalo
Que enjoou-se de tantos animais
Foi dar adeus ao Carneiro
A Égua, ciumenta, foi evitar.
Chamou o quadrúpede a um canto
Dizendo que ia cochichar.
Na verdade, proposta indecente
Foi o que a Égua pôs-se a falar.
Mas o Cavalo cansou
E começou a brigar.

O Burro, preocupado, foi apartar.
Chamou o Carneiro e o Galo.
Galo melhor que esse não há.
Era galo briguento, galo forte
Galo bom de apartar.
Então ele chamou o Galo
Que de prontidão foi ajudar.

Mas a Galinha, amedrontada
Não deixou o Galo passar.
Bloqueou a porta
Do Galinheiro
E começou a gritar:
"Acuda, Porco
Maior confusão não há!
Meu Galo que ir embora
E eu não deixo!"
- Pôs-se a chorar.

E o porco, prestativo
Veio com uma solução inteligente:
Impedir que toda essa gente
Tentasse brigar.

E o Carneiro apartava
A Égua cochichava
O Galo brigava
O Cavalo também.
O Porco ajudava
A Vaca chorava
- Ao lado da Galinha.

E ao final de tudo
O Burro, desolado
Deu permissão ao Cavalo
Para viajar.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Pensamentos

Por que, afinal de contas,
Tem um homem parado na porta?
Por que, afinal de contas,
Ele não vai embora?

Por que ele tem bigode?
Por que ele olha pra cima?
Por que tem os olhos caídos?
E por que está de terno?

Por que ele olhou pra minha mãe?
E por que ela olhou de volta?
Não sei, não sei,
São perguntas sem resposta.

Por que esse cara tem cabelo vermelho?
E por que ele é alto assim?
Por que eles agora vão embora?
Por que eles entraram num carro
E me deixaram sozinho?

Mamãe!, está aí?
Mamãe! Por favor!
Volta!
Volta agora, mãe!
Eu quero você!

Mas ela se fora
E não voltara.
Caíra de amores
E não se arrependera.
Abandonou sua prole
E nem olhou para trás
E a crueldade
Matou sua descendência.
No silêncio da noite,
O bebê chorava,
Berrava a plenos pulmões.
E, como se obedecendo a uma ordem
Tudo silenciou.

No outro dia
Os jornais noticiavam
A maldade
E forneciam os fatos.

E longe, num outro país
Uma mãe chorava
Enquanto olhava
Para o homem de bigode.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Sem Autor, Não Há Trabalho

Lamento muito por saber
Que agora não lerás meu trabalho.
Lamento tanto por aceitar
Que num futuro próximo
Jazerá, solitário
Meu poema.

E lamento dizer que,
Relutantemente, concordei
Em parar de escrever.

E consequentemente
Ninguém mais vai ler
Minhas histórias.

Agora, fervilho de ideias
Mas não as escrevo
Tenho obrigações.
E muito embora não simpatize com elas
Têm de ser feitas.

Lamento tanto não poder escrever.

Ano letivo já começou.
Espero que entendam.
Na verdade, nem tudo acabou
Mas meus poemas aqui
Jazerão solitários.

Afinal, sem escrita não há autor.
Sem autor, não há trabalho.
E sem trabalho, não há leitor.

Dói saber que meus poemas não serão lidos
Mas não posso lutar com as obrigações
- Como é duro a aceitação dessas! -
E lamento a verdade.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Homenagem à Minha Mãe: 17/02/2011, aniversário.

Uma História de Amor

Nasci chorando,
Acordei-a no meio da noite
Para dar à luz.


Causei-a as maiores dores
E as maiores lamentações
Ainda assim, ela sorriu
Ao ver-me pela primeira vez.


Vermelho estava,
Colorido pelo sangue de seu ventre,
E quando em seus braços repousei,
Reconheci minha mãe,
Aquele rosto que sorria.


E eu chorava.
Muito. Não sei se querendo leite
Ou se eram lágrimas de felicidade.
Mas o leite ela me deu.
Também me forneceu
Moradia, amor e proteção.
E junto dela veio uma amiga
Que guardo no coração.


Enquanto crescia, silenciava
Mas dependente ainda sou.
Gosto de ter de confiar minha vida
À minha mãe.


Mesmo que chore
Mesmo que ria
Não importa o que faças
Estarei ao teu lado
Todo dia.
Não sabes minha alegria
Quando te faço feliz.


Sei que nos desentendemos
E muitas vezes erramos
Mas no final, todos sabemos:
Mãe, eu te amo!


João Lucas Fernandes de Sá

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Diferença

Tem um cara na escola
Ele usa blusa preta
E cabelo preto nos olhos
Gosta de banda de rock
Usa anéis pesados.

Tem uma menina na escola
Ela curte hip-hop
Ela prefere um DJ
Ao Slipknot:
A banda que o cara gosta.

Também tem um menino
Ele é 'colorido'
Usa verde-vivo
E calça rosa
Ele curte Restart
Mas não ouve bossa-nova.

Ainda há uma criança
Mais sorridente que todos
E ela gosta de samba
Gosta de pagode
Ouve Exaltasamba
E foge de rock.

Todos esses estilos diferentes
Vivem todos juntos, vivem como gente
E a racionalidade é o legal nesse grupo
Ninguém julga nem impressiona
Só aceita o outro.

Sob uma boa influência de seus familiares
Foram criados certo
Como todos deviam ser.

Foram criados para aceitar o gosto de todos
Seja feio, seja bonito
Seja de qualquer jeito.

Agora, tudo é melhor
Se tentarmos cooperar
Por favor, nós lhe pedimos
Tolerância já!

Chega de preconceito
Chega de ilusão
Só aceite o outro como ele é
E ele é seu irmão.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Acordo Ortográfico

Aqueles antigos
Viajavam com 'vôos' alternados
Mas nós, novatos
Viajamos em 'voos' inexplicados.

Já nos restaurantes
O freguês foi sempre imperativo
Quando ele dizia 'Pára', tu paravas.
Agora ele diz 'Para':
-Para quem?
- diz o garçom.

Há aqueles
Os "Falas-Mansas"
Que acham que dominam a distância
Entre a velha e a nova escrita
Entre o alfabeto e as palavras.

E enquanto, nessas peripécias
As letras vão indo
O alfabeto vai
Diminuindo:
'Fora "K"!
'"Kaia" fora já!'

Nessa irmandade de sons
E sinais
Dos quais
As mais importantes
São as vogais,
Não há espaço para letra inútil.

'Fúteis'
Seria a palavra adequada
Para essas leis!
Eu não sei
Mais
O por quê
De ser assim
Tirar acento
É como tirar o pingo do "i"!
Tudo fica sem cabeça!

Essa língua é uma velha
Cansada de ficar no mesmo lugar:
Sempre que fica parada, estagnada
Muda-se totalmente.

E tolamente
Estudamos
Mesmo sabendo
Que com o tempo
As regras mudarão.

E nessa regra
De sempre dificultar as coisas
Pra quem já aprendeu,
A vida avança.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Meditações Sobre a Vida

Sinto o que sinto
Não sei explicar
Ondas que batem num tempo infinito
Espelho do céu, mar.

Pra mim a quantidade de estrelas do céu
Não são nem um pouco o que parecem
O vento as varre de dia
De noite a lua puxa-as de volta.

Os astros
Infinitos
Não são o que parecem ser
São somente ilusões
Num espaço infindável.

Por que
O céu é azul
Por que
A Terra é esférica
Milhões de perguntas
Mas nenhuma resposta
É como me sinto
Agora.

Mas não sei
Nem consigo especular
Por que esse mundo é feroz
Ele é atroz
Sim, enganoso.

Usa de artimanhas e define sua vida
Não descobre tudo, mas sabe seu passado
Guia suas escolhas sem ao menos você saber
E o que sabe não é suficiente
Pra sobreviver.

Meditações
Da realidade
Milhões de estrelas
De opções
Milhões de vidas
De inverdades
De enganações.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Vergonha num Pedido

Isso poderia ser mais difícil?
Ou então mais memorável?
Acho que não
Muito embora a verdade seja que eu não
Sei o que dizer.

O que fazer
Quando ela te pede algo
E não sabeis nem como começar
Ou como terminar?

A única coisa que tem na mente
Para formular sua prosa
É o sorriso dela,
Seu rosto, sua história.

Muito embora, a alegria que agora existe
Seja por presentear alguém com sua obra.

Quero ir para longe,
Para longe da vergonha.

Esse rubor que aflui
No meu corpo
Eu não sei o que é
Nem para que serve.

Só nos serve para nada
Ele é um não-fazer
Não é, como dizem
O prazer de viver.

Por que será
Que nesses tempos de hoje
Nessa geração
- Originária da Geração Coca-Cola -
Pode ser tão fútil a ponto de dizer
Que a vergonha
É um prazer?

Não sei
Só sei que o que fez
Não foi feito
O pedido
Não foi terminado
E o trabalho,
Não concluído.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Lágrimas

Lágrima que chora
só mais uma nesse poço aos meus pés.

Não enxergo mais nada
está tudo embaçado
vou na pia e abro a torrente de água
que lava a minha dor.

E vejo, na água corrente
meus sentimentos, dinâmicos
movimentando-se
circularmente.

E quando pelo encanamento
minha emoção
desce
eu já não sou mais aquele pinga-pinga
aquela confusão
de não saber discernir.

E quando aquela lágrima atinge o chão
mil oportunidades se abrirão.
Olhe para mim, você não sabe a verdade
você não sabe a minha decepção.

Mas eu não sei quando a lágrima cai
só sei quando ela já caiu
e quando percebo isso, a tristeza vai embora
a decepção sumiu.

Aquela lágrima que caiu
só mais uma no poço de água salgada
para mim é muito mais
é a lágrima que derramei por minha amada.

Já não sei quantos anos eu não choro
mas eu juro, não chorarei mais
tenho que ser forte o bastante
resistente o suficiente
para aguentar os altos e baixos da vida.

Mas as lágrimas ainda estão a cair
numa chuva torrencial
e eu não sei por que
quando elas caem
a tristeza vai embora.

Mesmo que, agora
estou melhor do que antes.
Cada lágrima que caiu
equivaleu a mil anos de experiência.

Pesadelo

Eu lembro de pedir colo
Também me lembro de chorar
Mas o terror inspirado pelos sonhos
Eu não posso interpretar.

Só relembro de imagens vagas
Em becos sombrios
Que me atormentam.

Quando durmo, me assusto
Tenho medo
Já que a minha cabeça
Não é propriamente minha
E sim
Dos meus sonhos.

Tenho medo
De quando eu lembro
Do meu pesadelo
Que até hoje paira sobre mim.

Era um homem de manta negra
Que atirava em si mesmo
Mas no momento do tiro
Eu acordava
Com uma sensação de que o homem
Era meu pai.

Também lembro de algumas imagens
Dispersas
Que agora me vêm a cabeça
E pairam com um terror inexplicável
É como uma nuvem negra
Que se aproxima
Até formar-se um véu preto
Em cima de minha cabeça
Tornar-me claustrofóbico
E desesperado.

E quando durmo, tenho medo
Pois não controlo
- Como se eu, acordado, controlasse -
Meus pensamentos.

Quando levanto,
Ofegante
Lembro de meu sonho
Paralisante
E hoje, examinei a verdade
E constatei
Que o homem de meus sonhos
Era meu pai.

Por quê?

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Incoerência

Não sei o que se passa
Não sei o que ocorre
Incorência
Isso é.

Não sei teu nome
Nem a verdade
Mas sei a maldade
Por trás das palavras.

Não entendo
Como pude te machucar
Não entendo
Pois é simplesmente
Impossível.

Também não sei
Se a sua reação
Racional ou não
Tem a ver comigo.

Mas se tiver
Desculpas eu peço
- Embora não saiba por que pedi-las -
Porém exijo a verdade.

Me conte o que houve
Me conte o que aconteceu
Serei seu diário secreto
Mesmo não estando ao seu lado.

Serei seu anjo protetor
Seu amigo fiel
Por favor
Me coloque de novo
Rente ao teu egocentrismo.

Mas não sei
Por que essa incoerência
Essa indecência
Nas palavras.

Só entendo o que posso entender
E incoerência não é minha especialização
Mas sou especialista sim
Na sua reação.

De tanto vê-la
Gravei-a
E sei que fiz algo de errado
Peço desculpas, embora errôneas
Pelo simples - e terrível - fato
De tê-la machucado.

Nightmare

Everytime I close my eyes
I see your image in front of me
When I sleep I can't do it well
'Cause you are behind me.

And when I wake up
I wake up screaming
I remember
You aren't hearing
And I stop.

I had a nightmare
You went away
From me.

That's my biggest fear
You know I have a big phobia
And the trust of my conscient dreams
Can't be denied.

Now and forever
I can't say never
I have to try
Bring you back.

Hey!
I'm afraid
You go away
Too late
- You already did it.

Your face don't stop following me
It is present everytime a see your smile
That's the most effective torture
I imagine
I can see you
But can't touch
It's so horrible
But it's present
In my life.

I never go away
And I ain't made
For follow
And now I request
My freedom.

I think I'll fight
Forever,
I think I won't quit
This battle
'Cause I already won.

Maiúscula ou Minúscula: mito ou Mito?

O monstro Mito
Vive vivendo escondido
Por isso dizem que o Mito
É um mito monstro.

Mas na verdade
Mito
Não é mito
- Com minúscula -
Mito é Mito
Com maiúscula.

E Mito é um monstro bonzinho
Que ajuda a dar veredictos
Exemplo:
verdade ou Mito?
Questões do infinito.

Mas então
O Mito é mito?
Mas, mesmo que o Mito seja
Verdadeiramente mito
Esse Mito que estou falando
É verdadeiro.

Ele paira sobre nossas cabeças
Quando dizemos histórias sem franqueza.

Portanto, o Monstro Mito
É essencial
E o monstro mito
É mentiroso.

Aí reside a diferença
Entre a maiúscula
E a minúscula.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Interior Infinito

Sei que o que existe não abriga o que eu sinto
Porque é muito grande para compreender
E enquanto a minha sina no momento
É viver, viver sem você e sofrer
Melhor tentar
Tornar o sentimento menos mútuo
Para mim mesmo
Já que eu me divido em mil mundos
Para tentar
Compreender
Você.

Meu coração não é meu desejo
Ele vai explodir no meu peito
Se eu fizer
Qualquer movimento.

Você poderia aliviar minha dor
Você poderia avaliar o ardor
Que sinto
Mas não seria suficiente
Você teria de estar ciente
Do tanto que sofro
Por você.

Mas sei que não é sentimento nobre
Embora eu tenha que confessar
Não obstante, quero me desculpar
Sim, sou devidamente pobre
De sentimentos
Para alcançar
Tua magnificência.

Nem com mil anos de árduo trabalho
De desenvolvimento supervisionado
Não poderia escrever
- Já que não existem palavras para descrever -
O que você é para mim.
Mas vou tentar
Perante tu estou impotente
E embora saiba que irei fracassar
Tua majestade é imponente
O suficiente
Para me fazer tentar.

Teu olhar
Aquece-me por dentro
É meu sol particular
Me faz desistir do meu intento.

Não sabeis?
O que mais desejo é contar-lhe
Mas não posso amar-lhe
Como antes o fizera.

Desculpe-me, tu ainda serás o que era
Eu ainda estou impotente
Embora mais do que antes
E num sentido diferente.

Desculpe-me, mas esta é toda a verdade.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

História de um Homem

Tinha um sujeito
Lá na capital
Ele sentava na calçada
E calado, viajava.

Não sabia que tinha
Esse dom
Não sabia que não podia
Não saber
E não sabia
A maravilha
De saber nada.

Era tratado como um cachorro
Por todos
Alienado
Do mundo.

Até que um dia esse cara
Foi se rebelar
Seu silêncio, um pedido mudo
De socorro,
Foi aumentado milhares de vezes
Até ele gritar.
Não pode saber
O que fazer
Primeira vez que ele falava.

Foi na padaria
Da esquina
Comprar cigarro.

Foi na banca
Lá do lado
Comprar jornal.

Aquele cara tem futuro
Ele era mudo
Se libertou
Quer se informar
Não há mais nada que restou.

Ele é um novo homem
Ainda esfarrapado
Mas com sorriso no rosto
Beicinho meio de lado.

Com um cigarro de palha
Na boca
Soltava baforadas
Feito uma chaminé.

Esses são os homens de hoje
Os respeitáveis
Os protestantes,
Mas na verdade
Antes
Não eram nada a não ser
Homens calados.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Amor e Guerra

São ambos nomes para conflitos
Designam o prazer e a ruína dos homens.

Em ambos tudo é possível
E cada tentativa é válida
No amor e na guerra
Sentimentos são mútuos
Ódio e paixão
Emoções próximas.

Sendo que, assim como no fogo e na pólvora
E nos corpos humanos
Ambos consomem-se
Rapidamente
Num beijo desvairecedor.

E o fogo e o gelo
Opostos completos
Vivendo conjuntamente
Em harmonia.

E ambos encaixam-se
Como peças de quebra-cabeça
Formando, como na música
Um todo avassalador.

Espero que algum dia possa
Compreender
Mesmo que superficialmente
Essa coisa chamada amor.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Universo Desconhecido

Embora entendendo
Não compreendo
Essa agitação
Busca ao príncipe encantado.

Olhe, por favor, preste atenção
Veja que não sou só solidão.

Veja que vivo, veja que sou um ser
Veja que não vejo como você.

Pergunte a quem você gosta e reconhece
Não somos bons conselheiros.
Aliás, desse jeito
Não somos bons em nada.

Não aceitem o que nós seremos
Nem o presente, nem o passado.
Só nos aceitem do jeito que somos
Rotos e malpassados.

Porque vocês irão
Mesmo que num futuro logínquo
Consertar os nossos furos
Remendar nossas amarras
Nos manterão
E nos farão felizes.

Não me refiro a mim
Isso seria uma conclusão fatal
Digo no geral
Àqueles que procuram
Logicamente acham
E transformam-se, irremediavelmente
Num casal.

Emoções

Num grande mar de emoções
Onde jazem, perdidas, as verdades
Numa longínqua ilha da ilusão
Há esperança.

E enquanto espero
Que tudo faça sentido
Ouço o gotejar incessante
De tudo o que já vivi.

Vejo o passado, vejo o presente
Espero o futuro em busca de inspiração
Mas até então
Meus esforços foram inválidos
Perto do significado
De uma simples ação
No momento certo.

E sei que não sou sozinho nesse mundo
Nesse mar
Também sei
Que não as irei abandonar
Pois para mim
Abandonar uma emoção
É como saltar de um precipício
É sacrificar-se inutilmente
É sofrer
E morrer.

Nesse mesmo mar
A inconstância predomina
A negritude aparece, solene
Embora também divida espaço
Com a luz.
E as duas têm de viver em paz
Lutando inutilmente
Contra a organização a que foram impostas.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Quando Entro em Casa

Quando entro em casa
Sempre sopra uma brisa
A brisa da vontade
A brisa da verdade.

Essa mesma brisa
Me faz ter esperanças
E lembrar-me de você.

Mas na realidade
Tudo vem e tudo passa
Só falta você entender.

Nada disso aconteceu
Foi um universo paralelo
Escrito em linhas tortas
Que formavam frases perfeitas.

Quando o sol estava a pino
Admito
Minha alegria era grande.

Mas quando o Sol beijou a Terra
Escureceu
Esfriou
E lentamente,
Amanheceu
De novo.

Agora, o Sol antigo já deu sua volta
A brisa que soprava mudou de direção
Do oeste para o leste
Norte para o sul
Essa indecisão
Faz parte da minha história
Mas não de mim.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Cotidiano Adolescente

Eu sei que agora não tenho mais controle
Minha voz está fraca
Movimentos acabados
Eu sei que no momento
Estou escangalhado
À espera de algo
Acontecer.

Chego em casa com muita fome
Como mais que todos
É uma vergonha.
Na hora de dormir a inquietação insiste
E não me abandona
Por mais que persista
E quando não posso descansar
Os olhos pesam
Irregularidade pura
Troco a noite pelo dia.

Inverti meus horários e não sei o que fazer
A desconcentração
É algo a temer.
Uma coisa importante que eu deixo escapar
Na prova me arrependo
Por devanear.

Na escola o cansaço me abate diariamente
Mantenho os olhos abertos
Com uma mensagem em mente.

Para a minha média não cair
Muito preparo
Melhor prevenir.

E mesmo quando não consigo evitar
Olho pro lado e começo a conversar
Logo me censuro pela falta de atenção
Inverto os papéis e presto atenção.
Agora não consigo
Nem tocar violão
O cansaço passivo
É uma confusão.
Não tenho intenção
De me desregularizar
Eu juro que tento evitar.

Volta às Aulas

Em função da volta as aulas, vocês notarão que minha frequência de postagens cairá, já que eu priorizarei os estudos. Isso se deve graças ao tempo que os deveres me tomam, e por isso não posso ficar online tanto quanto eu ficara antes.

Espero compreensão.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Sorria

Sorria, verdadeira dama
Sorria que seu sorriso ilumina o céu
Sorria que agora eu lhe peço
E me estremeço
De pensar no seu sorriso.

Meu amigo
Já vistes uma dama com tanta perfeição
Em teus olhos antes ardiam
O fogo da emoção.

Não sabeis, minha amada
Eu te amo
Não há comparação
Não há nada pra te falar.

Para lhe dar uma leve noção
Do amor que eu sinto
Do fogo que queima
Do fogo que arde
Quando vejo teu sorriso.

Hoje, todo dia e sempre
Saberei uma verdade
Muito simples:
Eu te amo, verdadeiramente
Sem segredos
Sem maldades.

E saberás, quando olhares
Para trás, que o passado
Não importa mais
Que o futuro
Não pode ser descrito
Nas linhas tortas do nosso amor
E assim a história foi indo
Até que o fogo se apagou
A chama já não arde mais
Nosso futuro terminou.