tag:blogger.com,1999:blog-81732518709262095142024-03-08T16:00:08.763-08:00Prosas da Vida, Histórias EternasPretendo mostrar minhas histórias com músicas e poemas, sempre dizendo o que penso.Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.comBlogger122125tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-67154517972063792722013-08-17T21:28:00.002-07:002013-08-17T21:42:15.777-07:00AlguémSurge, no meu futuro<br />
<div>
Uma incógnita.</div>
<div>
Alguém sem nome</div>
<div>
Sem obras póstumas</div>
<div>
Sem plano de fundo ou telefone.</div>
<div>
E esse alguém tem onde: via</div>
<div>
Duto.</div>
Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-17002357114058853432013-08-17T21:26:00.001-07:002013-08-17T21:26:29.440-07:00MuraiSempre o mesmo céu<br />
Estrelado;<br />
E lá embaixo<br />
Calado<br />
O concreto.<br />
Ergue uma parede.<br />
Murai a solidão.<br />
Lá em cima<br />
Céu estrelado<br />
O mesmo traço.<br />
Aqui embaixo<br />
Selvagens<br />
À procura de lei.<br />
Murai.Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-85207156923359136512012-04-26T14:10:00.002-07:002012-04-26T14:16:15.094-07:00ÁguasCaminhos tortuosos<br />
Que se fazem despresentes<br />
Que enganam, que retornam<br />
As águas do presente<br />
E que fazem e destroem<br />
Todos sonhos incoerentes<br />
<br />
As águas dos tempos<br />
Correm de repente<br />
Aceleram, descontrolam,<br />
Coração irreverente<br />
<br />
E o controle dessas águas<br />
É de Deus, não da genteBlog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-82263037171028293552012-04-26T14:08:00.001-07:002012-04-26T14:15:47.537-07:00Cantadas de um FísicoBelo dia que seja<br />
Um físico anda na calçada<br />
Seus três amigos viram<br />
E veem uma moça sentada.<br />
<br />
O físico aos outros olha<br />
E dá sua primeira cartada:<br />
"Menina linda que seja<br />
Do meu charme não escapa".<br />
<br />
"Linda menina, qual teu nome?"<br />
"Meu nome, moço, é Mariela."<br />
"Não me chame de moço, menina,<br />
Pega mal para uma donzela."<br />
<br />
"Não sabes meu nome ainda<br />
Mas também, pudera<br />
Não lhe disse-o até agora<br />
Distraí-me com Mariela."<br />
<br />
"Qual seu nome, então?"<br />
"Mariela, me chamo João<br />
E andando por estas bandas<br />
Vi-a sentada no chão<br />
<br />
Pois deixe-me logo dizer<br />
De uma vez por todas<br />
Troquei por você<br />
Todas outras moças<br />
<br />
Menina, coisa alguma<br />
Me chamou mais atenção<br />
Que você sozinha sentada<br />
Com teu corpo violão<br />
<br />
Com certeza vos-lhe digo<br />
Sou feliz noutra dimensão<br />
Pois nela estou contigo<br />
Já aqui não estou não<br />
<br />
Menina, sabia Newton bem<br />
Da sua Lei da Atração<br />
Nada atraiu-me tão bem<br />
Quanto seu corpo violão<br />
<br />
Olho teu rosto e viro meu corpo<br />
Deito meu queixo noutra direção.<br />
Vejo seus olhos, perco-me neles<br />
Antes que veja estou no chão<br />
<br />
Meu corpo energético tende<br />
Sempre a ir embaixo<br />
Mas a gravidade, insistente<br />
Tornou-se somente um bicho fraco<br />
<br />
Não é ela que mais me prende<br />
A esta Terra que Deus nos deu<br />
É você, linda Mariela<br />
Desde que por ti meu coração ardeu."Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-50770950468288371592012-04-24T16:33:00.001-07:002012-04-24T16:33:15.450-07:00Pessoal, entrem aí pra ver a entrevista para a revista BHNews!<a href="http://www.youtube.com/watch?v=xyj9VxPdWPM&feature=youtu.be">http://www.youtube.com/watch?v=xyj9VxPdWPM&feature=youtu.be</a>Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-31562494241926448622012-04-14T13:49:00.003-07:002012-04-14T13:49:50.990-07:00EscreverEu não escrevo<br />
Mas eu tento.<br />
Eu passo os dias ao relento<br />
Tentando escrever.<br />
<br />
Mas essa vida besta que me faz um mal danado<br />
Rotina, rotina, rotina do Diabo<br />
Coisa anticrista, coisa ociosa<br />
Coisa bem malvista, coisa prestigiosa<br />
Que me tira a vontade<br />
Que me tira da verdade<br />
Que me tira da maldade<br />
Do escrever.<br />
<br />
Êta coisa besta.<br />
Preguiça; Rotina;<br />
Saudade inteiriça.<br />
<br />
Eu não escrevo.<br />
Mas tô escrevendo.<br />
Demorei um mês e meio<br />
Mas voltei e tô fazendo.<br />
<br />
Escrevendo.Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-4128402651119802872012-02-26T08:23:00.002-08:002012-02-26T08:23:54.135-08:00Vamos Fugir?<br />
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Ei, vamos fugir de onde estivermos</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Correr em direção ao inconstante eterno</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
E fazer assim o nosso padrão.</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Ei, vamos correr? Pra bem longe,</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Onde a maldade se esconde</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
E o bem não é ilusão?</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Vamos fugir?</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Deu até vontade de descobrir</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Se aquelas palavras ditas antes</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Foram faladas de coração.</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Foram elas de coração?</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Vamos correr, então?</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Viajar pra longe, ver-te com meus próprios olhos</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Sentir-te com minhas nuas mãos?</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Vamos correr, então?</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Cansei desse padrão.</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Cansei daqui.</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Vamos fugir?</div>Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-77813033416252662832012-02-19T12:48:00.001-08:002012-02-19T12:50:54.943-08:00FelicíssimosÉ tão irritante pensar, às vezes, que, ao contrário do que manda a lógica dos nossos costumes, existem pessoas - até mesmo próximas a você -, que fazem melhores coisas que você mesmo faz, em todos os momentos do dia.<br />
<div>
Pior que isso é Fernando. Ah, Fernando, que tu dirias se encontrasse Maria agora. Nem mesmo a felicidade que sentes por estar cercado de gentes felizes, rindo-se à toa, seria comparável a tristeza que sentiria.</div>
<div>
Afinal, és apaixonado, e no âmago de si, sei que tens emoções em abundância. Sabemos todos que tu guardas essa paixão escondida, encoberta pelas obrigações sociais inerentes às suas respectivas posições de trabalho.</div>
<div>
Vamos à história.</div>
<div>
Fernando era um jornalista, ainda jovem, mas entristecido pelos anos de trabalho e obrigações. Andava com um porte característico dos pavões. Em todos os aspectos, no entanto, seu andar não correspondia à sua vida. Galanteador ele era, contudo não era nem bonito nem esperto o bastante para tornar-se chamativo para alguém. Sorte dele, nesse pequeno escritório que trabalhava, viste uma dama. Não 'uma'. O artigo aqui deve ser empregado com mais objetividade, mais ênfase. Ele viu 'a' dama. Para ele, 'a' dama. Única e universal, completa. </div>
<div>
Isabela. Sete letras. Um nome dado no batismo e levado em si por todos os dias. Apresentado aos amigos e familiares diariamente, mas a cada dia com um novo viço. A cada dia com um novo ardor, uma nova beleza.</div>
<div>
Ela não era uma moça feia. Na verdade, era curvilínea, seus braços alvos faziam movimentos escolhidos. Seus ombros eram torneados, e seu rosto, que a princípio denotava uma marca de nascença, oras, este era magnanimamente esculpido. Era branca como neve, contudo não era fria. Era calorosa, gentil, feliz. E essa personalidade transcendente só glorificava mais ainda seus dotes corporais.</div>
<div>
No escritório, um dia de domingo. Esse dia, em tese, seria reservado para Deus; ambos católicos de berço, obedeciam mal-e-mal os dogmas católicos. Por isso, trabalhavam também no dia santo. Fernando trajava um terno risca-de-giz. Isabela, um vestido mais à moda europeia, escuro, formal.</div>
<div>
Ele, coitado, fazia hora extra, digitando, no computador da companhia, uma matéria programada para àquele dia, poucas horas à frente. Sua caneca de café estava jogada de lado no chão, esquecida.</div>
<div>
Entra Isabela.</div>
<div>
Fernando levanta a cabeça para ver quem entra - não era comum que invadissem o escritório àquelas horas, ainda era cedo! - e estaca.</div>
<div>
- Olá!</div>
<div>
Ele congela.</div>
<div>
-Oláá!</div>
<div>
-Er, oi, oi, prazer, Fernando.</div>
<div>
-Prazer, Isabela. Sou nova no escritório, você não se importa se eu sentar aqui? - disse, puxando uma cadeira.</div>
<div>
- Não, não, claro que não, o que é isso, o prazer é meu. Bem, o que faz?</div>
<div>
- Eu sou repórter, costumo trabalhar com matérias de cultura. O que está escrevendo aí, Fernando?</div>
<div>
- Ah, nada, só algumas coisinhas do Evento Cultural de Literatura Internacional.</div>
<div>
- Ali. Tem uma data errada. O presidente promulgou essa lei, deixando abrir o Evento, em 1998, não em 1989.</div>
<div>
- Olha, quem diria! Você está certa, claro, eu errei - (Minha Nossa, que mulherão!) - Ei, quer tomar um café qualquer dia desses?</div>
<div>
- Talvez. Se você me deixar terminar essa matéria...</div>
<div>
- Você realmente quer escrever essa coisa? É pra daqui a duas horas! E fala de política do início ao fim!</div>
<div>
- Oh, mas política é um dos meus assuntos favoritos!</div>
<div>
E assim a conversa foi.</div>
<div>
Acabou que Isabela escreveu a matéria, ignorando as críticas de Fernando. Ela aceitou o cafezinho. Saíram. Foram num bar, beberam, riram, comeram. "E que vivamos felizes, Isabela, e que sejamos felizes, felicíssimos!".</div>
<div>
Coitado, mal sabia ele que daqui a vinte anos estaria repetindo essas mesmas palavras, contrariando as estatísticas do trabalho, e fazendo valer - finalmente! - um Dia dos Namorados.</div>
<div>
Ergue-se um cálice. É Fernando.</div>
<div>
"Que sejamos felizes ainda por muito tempo! Que sejamos felicíssimos!"</div>Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-87971709007174115002012-02-10T14:00:00.000-08:002012-02-10T14:00:27.567-08:00Sobre um HomemE bate novamente<br />
O relógio.<br />
O homem sentado à frente<br />
Ansia pelo décimo primeiro toque.<br />
Entra em choque.<br />
<br />
Coitado.<br />
Vira uma alma: um ser descontrolado.<br />
<br />
A poltrona era macia<br />
A brisa vinda da janela<br />
Acaricia seu rosto.<br />
<br />
Em sua cabeça, ela,<br />
De todos os ângulos, corpo<br />
Em formas decomposto.<br />
<br />
Sempre vinha aqui<br />
Pois a brisa o acalmava.<br />
<br />
Então, taciturno,<br />
Sua mente se calava.<br />
Gostava daqui.<br />
<br />
Ele encarava as almas passadas<br />
As futuras e as presentes.<br />
Se bem que uma alma<br />
Não é presente,<br />
É memorial.<br />
<br />
Contudo, a decomposta em formas<br />
Era real.<br />
<br />Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-68489746656494338442012-01-27T13:15:00.000-08:002012-01-27T13:17:31.175-08:00Te PrecisoTe preciso.<br />
De todas as formas,<br />
sob todas as influências,<br />
em qualquer lugar ou tempo.<br />
<br />
Te preciso,<br />
especialmente porque és<br />
minha primeira e principal forma de apoio.<br />
<br />
Te preciso.<br />
Me fazes bem, e bem lhe faço.<br />
Mutuamente apoiados.<br />
<br />
Teu ombro, meu choro.<br />
Teu choro, meu choro<br />
E meu ombro.<br />
<br />
Não somos propriamente<br />
Metades de um todo.<br />
Estaríamos mais próximos a dois terços do todo.<br />
<br />
Pois afinal, o todo gerou dois frutos.<br />
De dois frutos e uma mãe, são três.<br />
Eu e você, dois terços do todo.<br />
Meu consanguíneo, mi amor, o terço final.<br />
<br />
A tríade.<br />
Os três reis.<br />
O trirreino.<br />
O tridente.<br />
<br />
Terços, três trigos.<br />
Te preciso.<br />
Seu terço és maior que o meu<br />
Apesar de matematicamente iguais.<br />
Quer o meu terço pra ti?<br />
Te preciso.Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-35891463236451035382011-12-19T14:09:00.000-08:002011-12-19T14:09:43.811-08:00ÓcioVontade de nada<div>
Corpos preguiçosos</div>
<div>
Mentes lentas</div>
<div>
Pensamentos à distância que se enroscam</div>
<div>
No prazer do sono e da sonolência.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Intenção desfeita</div>
<div>
Lógica abarricada</div>
<div>
Pouco ou nenhum compromisso.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Saudade </div>
<div>
Do ócio.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Numa bruma de peso</div>
<div>
Sem intenção, sem razão</div>
<div>
Preguiça de lagarto,</div>
<div>
Preguiça de humano.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Preguiça da civilização.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Distância do ensino</div>
<div>
Ensino à distância.</div>
<div>
Amores e felicidades inexistentes</div>
<div>
Só calmaria.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Preparo para o cansaço físico</div>
<div>
Que será o nascer de cada dia.</div>Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-69314332870770564582011-10-25T14:39:00.000-07:002011-10-25T14:40:33.442-07:00Posso SerSei que não posso ser<br />
O que você procura<br />
Mas em meus sonhos mais fundos me torno<br />
Sua luz na noite mais escura.<br />
<br />
Lá posso ser seu ar<br />
Seu mar, sua lua, suas estrelas<br />
Lá posso me tornar<br />
A pessoa que mais desejas.<br />
<br />
Eu sei que cá estou<br />
Longe de ti<br />
Mas posso sonhar enquanto vivo<br />
Em ti.<br />
<br />
Às vezes sonho, inquieto<br />
Com cores e sons e cheiros.<br />
Às vezes penso<br />
Que podia ser mais verdadeiro.<br />
<br />
Às vezes quero ser seu ídolo<br />
Seu mais fundo desejo<br />
Mas realmente só sou mais<br />
Um em desespero.<br />
<br />
Querida, poderia ser o que quisesse<br />
Mas não me eternece<br />
Ser poeta.<br />
<br />
Faço de tudo pra chegar a ti<br />
E vivo a teu lado contanto que viva em mim<br />
Se não souber meu coração<br />
Aí está: é teu.<br />
<br />
Garota, às vezes penso que não me conhece<br />
Olha pra mim e não me reconhece<br />
Conversa comigo e não percebe<br />
Que as batidas do meu coração gritam seu nome.<br />
<br />
<br />Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-55263103534012569722011-10-18T15:26:00.000-07:002011-10-18T15:26:12.578-07:00JanelaEnquanto acordo, os raios velhos passam pela janela aberta, esquentando e ressecando minha já tão seca garganta.<br />
As luzes dançam grãos de poeira, num vórtex desenfreado, tão incompreensível quanto o fantasma daquela janela, meio-aberta, meio-fechada, desconhecida em sua pura filosofia.<br />
Eu não sei se o que me incomodava era a janela ou a luz. Luz demais. O velho Sol me acordava com rajadas cada dia mais vorazes, engolindo-me em seu calor, a despeito do meu óbvio cansaço e velhice.<br />
E a janela ventava horas, dias, semanas. Eu, já desistente, rendo à tentação de mudar. Mudar tudo. Trocar de janela não bastaria. Eu ainda lembraria da tristeza da janela anterior e do ócio que me impedia de fechá-la.<br />
Através dela, uma rua malvista, morta, decadente.<br />
Nada pior que o desespero da tentação. A preguiça acalentava meu corpo para que não levantasse, para que ficasse quieto, deitado, e dormisse.<br />
Mas a janela, a rua e o Sol me perturbavam demais. Estava com raiva da Velha Estrela. Acostumei-me com sua presença desde meus tempos pueris, e hoje, quando o demônio da velhice bate à porta, o Sol presente castiga meu velho corpo, com a luz ressecando-me e o calor sufocando-me.<br />
Decididamente, se cedesse ao ócio dormiria, e provavelmente não acordaria. Por isso - e essa foi a decisão mais dura que já tomei -, levantei minha carcaça humana, estalando minhas juntas, e caminhei, lentamente, à janela.<br />
E lá eternizei sua complexa filosofia, fechando-a.Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-3442203281156401652011-10-07T16:49:00.000-07:002011-10-07T16:49:44.736-07:00SociedadeComo são lindos os olhos burgueses<br />
Que olham para o futuro, em depressão.<br />
Coitados dos rostos vazios dos ricos<br />
Que olham pro nada, sem expressão.<br />
<br />
Que se preocupam demais com as coisas.<br />
Que não sorriem.<br />
Que não vivem.<br />
<br />
Como são lindos os olhos burgueses!<br />
<br />
Pintados, lacrados, importados<br />
Dos países siliconados.<br />
<br />
Como são lindas as lentes multicores<br />
Que fazem do pobre mais pobre<br />
- Mão-de-obra -<br />
E do humano menos humano.<br />
<br />
E ainda assim, os olhos vazios dos burgueses,<br />
Têm o poder, a Câmara<br />
E a opressão.<br />
<br />
Como são belos os olhos burgueses!<br />
<br />
Perfeitos, industrializados, dominados<br />
Pela exaustão.<br />
Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-56475440237009664832011-09-30T14:56:00.000-07:002011-09-30T14:56:20.342-07:00Doce-AmargoEspera.<br />
<div>
Excitação.</div>
<div>
Medo.</div>
<div>
Saudade.</div>
<div>
Nostalgia.</div>
<div>
Espera.</div>
<div>
Intriga.</div>
<div>
Excitação.</div>
<div>
Raiva.</div>
<div>
Tristeza.</div>
<div>
Alegria.</div>
<div>
Um final doce-amargo.</div>
<div>
O final da história,</div>
<div>
O início da lenda.</div>
<div>
Sentimentos à mercê dum estopim</div>
<div>
Que está próximo.</div>
<div>
Que acabará é certeza,</div>
<div>
Mas a saudade sempre voltará.</div>
<div>
Como ela disse,</div>
<div>
É um simples final.</div>
<div>
Um final doce-amargo.</div>
Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-69188981200133763992011-09-30T14:55:00.000-07:002011-09-30T14:55:17.537-07:00SistemaMe preocupo demais.<div>
E às vezes acho que sou relaxado.</div>
<div>
Mas a cidade é muito presa.</div>
<div>
Não há verde.</div>
<div>
O azul está acabando.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
E ainda assim, o sistema nos prende.</div>
<div>
Obriga-nos ao que ele pretende.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Cadê meu mar?</div>
<div>
Meus ventos?</div>
<div>
Minha corrida de menino,</div>
<div>
Minha vida sem intento?</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Minha ingenuidade, meu amor sem-razão</div>
<div>
Sem-cidade, sem-estado, sem-pressão.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Cadê meus sonhos?</div>
<div>
Meu pé-de-vento?</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Sumiu. Pra onde foi?</div>
<div>
Não sei. Que ele quer?</div>
<div>
Como vou saber?</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Oras, sabendo,</div>
<div>
Feio-papão.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Bicho que pega, prende, mata.</div>
<div>
Não gosto de você,</div>
<div>
Sistema.</div>
Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-25236645555661487642011-09-16T14:22:00.000-07:002011-09-16T14:22:12.983-07:00SociedadeSe pergunto da vida, tem prazo.<br />
Se nem pergunto, sou preguiçoso.<br />
Se quero saber dos meus amigos, sou 'largadão'.<br />
Se não saio, sou bicho-do-mato.<br />
<br />
Se converso, dou bobeira.<br />
Se sou calado, antissocial.<br />
Se procuro alguém, sou incompleto.<br />
Se gosto de alguém, sou irracional.<br />
<br />
Se critico, sou pedante.<br />
Se não critico, sou 'sem-sal'.<br />
Se gosto, não tenho gosto<br />
Mas se não tenho gosto, como gostei, afinal?!<br />
<br />
Se amo sou desalmado.<br />
Se não amasse, iludido.<br />
Se gosto, 'galinha'.<br />
Se não gosto não sou querido.<br />
<br />
Se vivo ao máximo, doido.<br />
Se não, retroativo.<br />
Se gosto de todos sou coitado<br />
Se sou platônico, menino.<br />
<br />
Se corro atrás do destino sou desesperado.<br />
Se deixo ir com a maré, sou despreocupado.<br />
Se digo que amo, é menitra.<br />
Se digo que odeio, é verdade.<br />
<br />
Se afirmo que foi sarcasmo, discordam.<br />
E talvez até saibam melhor minhas expressões<br />
Do que eu mesmo.<br />
<br />
Se sou sucesso, 'me acho'<br />
Se não, 'sou apagado'.<br />
Se odeio a sociedade, sou revoltado.<br />
Se não, sou mauricinho.<br />
<br />
Críticas diretas e incessantes.<br />
Sociedade que pega e mata.<br />
Pressões de todos os lados.<br />
Trabalhos.<br />
Raiva.<br />
Vida. Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-34276980299182356742011-09-04T17:14:00.000-07:002011-09-04T17:27:18.771-07:00Seria AssimNão seria do jeito que eles querem que sejam
<br />E muito menos do jeito que a sociedade quer
<br />Seria só o nosso jeito, nossa vida
<br />Nosso mal - me - quer.
<br />
<br />Poderia ser do seu jeito
<br />Que aos puquinhos cederia ao meu
<br />Mas nosso espaço seria só nosso
<br />Nem meu, nem seu.
<br />
<br />Nossa casa não seria apenas uma casa
<br />Seria um canto, o 'nosso' lugar
<br />Seria onde faríamos o que quiséssemos
<br />E conquistaríamos o título de 'lar'.
<br />
<br />Faríamos assim: Não cederíamos às pressões
<br />Nem dos outros, nem minhas ou tuas
<br />Não seria paixão, nem envolveria obrigações
<br />Seríamos só nós, no nosso lugar, nossas luas.
<br />
<br />Todo dia acordaríamos quando quiséssemos
<br />E viveríamos do nosso jeito.
<br />Eu acordaria antes de você
<br />E lhe traria café na cama.
<br />
<br />Você sorriria
<br />E eu sorriria também
<br />Eu pensaria
<br />Que outro sorriso como o teu, ninguém tem.
<br />
<br />Eu saberia, lá no fundo,
<br />Que nada passaria as mãos do tempo
<br />Que algum dia você me deixaria
<br />E sim, eu choraria.
<br />
<br />Também temos sentimentos
<br />Também temos medo do tempo.
<br />Mas o que eu mais queria era um lugar
<br />Livre de medo.
<br />
<br />Um lugar livre, onde você sorriria.
<br />Não haveria choro, e faríamos o que quiséssemos.
<br />Você escolheria algo
<br />E eu concordaria.
<br />
<br />Para lhe fazer sorrir.
<br />
<br />À noite, você teria um medo infantil do escuro
<br />Mas eu estaria lá.
<br />Onde mais?
<br />Ao teu lado, e teus medos se dissipariam.
<br />
<br />E os meus também.
<br />E de manhã, quando acordasse
<br />Eu pensaria
<br />Que sorriso igual ao teu, niguém tem.
<br />
<br />Eu viveria feliz
<br />Contanto que você estivesse feliz
<br />E nós estaríamos longe de tudo
<br />Longe da sociedade
<br />Longe das humilhações.
<br />
<br />Eu, acima de tudo, riria com você
<br />E seria eu mesmo.
<br />Gostaria de estar contigo
<br />E a faria feliz.
<br />
<br />E é assim que as coisas deveriam ser.
<br />Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-56535897041358599962011-09-01T16:54:00.000-07:002011-09-01T16:57:03.011-07:00CompactoPor que nada é simples,<div>Compacto?</div><div>Por que a síntese do mundo</div><div>Não se baseia no simples?</div><div>
<br /></div><div>Queria um mundo completo</div><div>Longe da corrupção,</div><div>Longe da burguesia,</div><div>Longe do contato.</div><div>
<br /></div><div>Por que o mundo não é compacto?</div><div>
<br /></div><div>Simples, pequeno, sem tato.</div><div>Sem vácuo, </div><div>Também.</div><div>Sem vazio, sem tristeza,</div><div>Sem amor, sem idade.</div><div>
<br /></div><div>O mundo seria permanente, sólido.</div><div>Sem nada.</div><div>
<br /></div><div>Só o simples, o pequenino.</div><div>O compacto.</div><div>Assim seria meu mundo perfeito</div><div>E assim, me contentaria com o simples.</div>Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-33195875167526648762011-08-29T16:31:00.000-07:002011-08-29T16:34:21.340-07:00PensoExiste uma linha tênue
<br />Que separa a desgraça
<br />Da virtude.
<br />
<br />E eu penso que ela é tênue demais
<br />Para a maioria das pessoas.
<br />
<br />Que como se percebe a diferença?
<br />Vivendo a diferença.
<br />E temendo-a no coração.
<br />
<br />De uma ponta a outra,
<br />O preconceito não tem fim.
<br />
<br />E agora, que o fim aproxima-se
<br />Me pedem por respostas.
<br />Ora, bastardos!
<br />
<br />Me excluem por meus defeitos
<br />Depois choram minhas qualidades?
<br />Isso é simples preconceito.
<br />Que fazem senão difamar-me?
<br />
<br />Vivenciam o prazer
<br />Através do desprezo.
<br />Ainda haverá vingança.
<br />Porque existe ressentimento.
<br />
<br />Toda ação
<br />Temr reação.
<br />
<br />E o fim
<br />Está próximo.
<br />
<br />Voces verão.
<br />Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-26883729391768944842011-08-28T18:37:00.001-07:002011-08-28T18:39:14.777-07:00Beco de MundoSozinho.
<br />No escuro.
<br />No frio.
<br />E nada muda.
<br />Nada sai do lugar.
<br />
<br />Sensações
<br />De mundo parado.
<br />De nada.
<br />De nada mudar.
<br />
<br />Coitado do mundo.
<br />Coitado.
<br />Não vai mais girar.
<br />
<br />O Sol já não nasce mais
<br />É sempre a mesma coisa
<br />Nunca mudar.
<br />
<br />O mundo já vai pra dois caminhos
<br />Ou morre sozinho
<br />Ou começa a chorar.
<br />
<br />Coitados dos inúteis humanos
<br />Que tentam, profanos,
<br />O mundo mudar.
<br />Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-30065546474486677802011-08-16T16:10:00.000-07:002011-08-16T16:15:22.161-07:00ImpossibilidadeEu sei que não posso pagar<div>Um futuro para nós dois</div><div>Mas, por favor, me deixe tentar</div><div>Alcançar o futuro depois.</div><div>
<br /></div><div>Com tantas terras, tantos mares,</div><div>Tantos vários lugares</div><div>Apareceu para mim</div><div>E agora só preciso de ti.</div><div>
<br /></div><div>E pequena, olhe, não para cima ou</div><div>Para baixo,</div><div>Mas a teu lado</div><div>Que lá estarei.</div><div>
<br /></div><div>E por favor esteja presente</div><div>No futuro que construirei.</div><div>
<br /></div><div>Eu sei que não posso pagar<div>Um futuro para nós dois</div><div>Mas, por favor, me deixe tentar</div><div>Alcançar o futuro depois.</div></div>Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-49208296670475481722011-08-11T18:23:00.000-07:002011-08-11T18:32:37.794-07:00AtualidadeSimplesmente o nada.<div>Insignificante e obliterante nada.</div><div>E essa é a verdadeira tortura.</div><div>Não é ignorância, não é raiva.</div><div>É o vazio.</div><div>E do vazio provém a dor.</div><div>
<br /></div><div>Queria mesmo é ter nascido em melhores tempos,</div><div>Onde a definição duma pessoa não é a definição de uma marca.</div><div>Onde os sentimentos eram sentimentos</div><div>O coração era fraco</div><div>E o amor existia.</div><div>Onde um ser não faria</div><div>O que o sistema faz com todos nós.</div><div>
<br /></div><div>Onde você olharia pra mim</div><div>Mesmo eu não pertencendo a nenhum padrão</div><div>Da sociedade.</div><div>Onde eu teria uma chance, um momento fora do padrão</div><div>E não seria suprimido.</div><div>Onde as pessoas costumavam ser legais, divertidas, carinhosas,</div><div>E a variedade fazia o mundo.</div><div>Não éramos clones.</div><div>Tínhamos mais personalidade, mais amor.</div><div>
<br /></div><div>Menos cegueira.</div><div>
<br /></div><div>Eu e você costumávamos ser eu e você</div><div>Eles eram eles</div><div>E nós éramos todos.</div><div>Hoje, agora, a sociedade nos oprime</div><div>O sistema nos quebra.</div><div>E eu choro todas as noites.</div><div>Sem ninguém perceber.</div><div>
<br /></div><div>Pouco a pouco, vamos nos destruindo</div><div>De dentro para fora.</div><div>A própria sociedade cuida disso.</div><div>E que bom trabalho ela faz!</div><div>Garante a opressão</div><div>O choro</div><div>A repressão.</div><div>E o que ganha em troca?</div><div>Devoção.</div><div>Plena e insuportável devoção.</div><div>
<br /></div><div>Parabéns, mídia.</div><div>Você, esculpindo corpos perfeitos,</div><div>Matou pessoas.</div><div>Fez a diversidade decair</div><div>A personalidade sumir.</div><div>Somos clones.</div><div>Obrigado por esse mundo inútil.</div><div>Obrigado pelo "progresso".</div>Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-3104689771069712732011-07-29T14:29:00.000-07:002011-07-29T14:37:30.249-07:00TristezaE quantas vezes eu chorei<div>Sem nem mesmo querer chorar.</div><div>Quantas vezes em ti pensei</div><div>Por nada mais querer pensar.</div><div><br /></div><div>E quantas vezes mais chorarei</div><div>Pelo futuro que nunca virá.</div><div>E que futuro é esse, meu Deus,</div><div>Que cisma a tentar se escapar.</div><div><br /></div><div>Quanto mais nessas coisas eu penso</div><div>Mais vontade me dá de chorar.</div><div>Mas aí eu escrevo o que quero</div><div>Que venha a acontecer.</div><div><br /></div><div>Que ironia do destino</div><div>No mesmo dia, tão bom para mim,</div><div>Você vem a me menosprezar.</div><div><br /></div><div>Pois bem, não posso lamuriar,</div><div>Afinal, não foi minha culpa.</div><div>E lágrimas não mudarão nada.</div><div>Coitado de ti, coração, mais uma marca,</div><div>Outra cicatriz.</div><div><br /></div><div>E menos um sorriso, menos mais uma pessoa</div><div>Menos a razão de tua felicidade.</div><div>Grande insanidade, essa minha.</div><div><br /></div><div>De pensar que algo adiantaria</div><div>Me mostrar e me prostrar diante de ti.</div><div>Me desculpe, pequena, mas não posso prometer nada</div><div>Se isso não significa nada para ti.</div><div>Obrigado, mais uma vez, pelas lágrimas que me proporcionara.</div><div>A dor de cair não será tão grande quanto a alegria de subir.</div>Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8173251870926209514.post-20301838298686478142011-07-26T14:51:00.000-07:002011-07-26T14:57:35.027-07:00ÍconesNesses tempos perigosos<div>Onde a imagem degrine o real</div><div>E pessoas são pagas para mascarar a verdade</div><div>E conter o pensamento normal</div><div>A realidade, a mais terrível realidade</div><div>É que tudo que sabemos</div><div>Já não é nosso.</div><div><br /></div><div>Somos todos cópias, tentativas de imitação.</div><div>E numa sociedade onde se prega</div><div>A perfeição física e um pensamento correto,</div><div>Fixo, não há possibilidade da evolução de pensamento.</div><div><br /></div><div>Ah, que saudade da iconoclastia!</div><div>Que quebrava as imagens e ídolos,</div><div>Ainda que de forma violenta.</div><div>Há algo terrivelmente errado com essa sociedade</div><div>Que penaliza a liberdade.</div><div><br /></div><div>Há algo errado com esse mundo capitalista</div><div>Com as pessoas, com o sistema.</div><div>Que saudade daqueles tempos,</div><div>Quando - pelo menos minha vó dizia - </div><div>O amor governava aqueles dias.</div><div><br /></div><div>Quando o patriotismo era presente</div><div>A felicidade era presente</div><div>A hospitalidade existia.</div><div>E não era somente</div><div>O terrível mundo capitalista.</div>Blog Prosas e Históriashttp://www.blogger.com/profile/10735352736949570503noreply@blogger.com0