terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Modorra

Paro, olho para letras
Flutuantes
Mínimas
Insignificantes.

Passam a saltar da página
Formando desenhos
Brincando de pega-pega
Sem demonstrar seu real intento.

Assim, vou vendo
Notando cada erro
No subconsciente.

Na realidade, tonto como estou
Não raciocino
Sigo instintos
Primitivos.

Penso naquela imagem
Gravada a fogo
Na minha mente.

E pela primeira vez
Vejo a trama por inteiro.
Pena que, na modorra
Não lembre de nada amanhã.

Portanto, logo esqueço
Meu raciocínio descentralizado
Em nada focalizado
Que vê tudo como um todo.

E, enquanto as letras
Brincam nesse pega-pega infindável
Devaneio mais uma vez
Escrevendo de modo cortês
Mais um de meus poemas.

E, ao final de tudo
Desmaio na minha cama
De sono.

Mas amanhã já não lembro mais
Da vaga noção da modorra
Porém não esqueço - jamais! -
Do raciocínio na modorra.

Já que ela volta toda noite
Para me assombrar
E assolar
Cada parte de minha mente...

Nenhum comentário:

Postar um comentário