Eu sei que cheguei
No horário errado
Não sou oportunista
Sou mesmo um otário.
Não sei onde nem quando
Nem me orientar
Nesse mundo de estranhos
De que serve se informar?
Hoje eu sei
Me enganei
O que houve não era verdade
Procurava a
Ilusão
Procurava
A decepção.
Agora eu já estou livre
Leve, solto, pronto pra histórias
Não se ofenda, por favor
Só não ligo pras suas verdades.
Sim, eu sei
Eu sou um otário
Falando mentiras
Em meio a verdades
É, eu sei
Não sou oportunista
Mas que tal
Pelo menos uma vez
Cuidar da sua vida?
Por favor, vá embora
Já não quero mais olhar pra você
Com esse sorrisinho falso
E os olhos cínicos
Não sei por quê.
Por quê?
Agora o tempo passa - não, ele voa -
Mas eu continuo numa boa
O sofrimento me fez crescer
Doze anos aguentando
Não é pra qualquer um.
Quando a tristeza vem me abater
Eu fecho os olhos e começo a chorar
Não, não tenho embaraço
Meu passado é uma mentira
Meu futuro é uma vergonha.
João Lucas Fernandes de Sá
Pretendo mostrar minhas histórias com músicas e poemas, sempre dizendo o que penso.
sábado, 26 de fevereiro de 2011
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Animais
O Carneiro pulava a cerca
E vivia vendo a Vaca.
Vaca mais Vaca que ela não há.
Só a Vaca Leiteira, que além de vaca, dá leite
É mais vaca que a Senhora Vaca.
O Carneiro gostava do Burro.
E o Burro era burro mesmo.
Seu nome? Burro também.
Ele e o Carneiro eram amigos
Amigos demais.
Só que o Burro era parente do Cavalo
Que enjoou-se de tantos animais
Foi dar adeus ao Carneiro
A Égua, ciumenta, foi evitar.
Chamou o quadrúpede a um canto
Dizendo que ia cochichar.
Na verdade, proposta indecente
Foi o que a Égua pôs-se a falar.
Mas o Cavalo cansou
E começou a brigar.
O Burro, preocupado, foi apartar.
Chamou o Carneiro e o Galo.
Galo melhor que esse não há.
Era galo briguento, galo forte
Galo bom de apartar.
Então ele chamou o Galo
Que de prontidão foi ajudar.
Mas a Galinha, amedrontada
Não deixou o Galo passar.
Bloqueou a porta
Do Galinheiro
E começou a gritar:
"Acuda, Porco
Maior confusão não há!
Meu Galo que ir embora
E eu não deixo!"
- Pôs-se a chorar.
E o porco, prestativo
Veio com uma solução inteligente:
Impedir que toda essa gente
Tentasse brigar.
E o Carneiro apartava
A Égua cochichava
O Galo brigava
O Cavalo também.
O Porco ajudava
A Vaca chorava
- Ao lado da Galinha.
E ao final de tudo
O Burro, desolado
Deu permissão ao Cavalo
Para viajar.
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Pensamentos
Por que, afinal de contas,
Tem um homem parado na porta?
Por que, afinal de contas,
Ele não vai embora?
Por que ele tem bigode?
Por que ele olha pra cima?
Por que tem os olhos caídos?
E por que está de terno?
Por que ele olhou pra minha mãe?
E por que ela olhou de volta?
Não sei, não sei,
São perguntas sem resposta.
Por que esse cara tem cabelo vermelho?
E por que ele é alto assim?
Por que eles agora vão embora?
Por que eles entraram num carro
E me deixaram sozinho?
Mamãe!, está aí?
Mamãe! Por favor!
Volta!
Volta agora, mãe!
Eu quero você!
Mas ela se fora
E não voltara.
Caíra de amores
E não se arrependera.
Abandonou sua prole
E nem olhou para trás
E a crueldade
Matou sua descendência.
No silêncio da noite,
O bebê chorava,
Berrava a plenos pulmões.
E, como se obedecendo a uma ordem
Tudo silenciou.
No outro dia
Os jornais noticiavam
A maldade
E forneciam os fatos.
E longe, num outro país
Uma mãe chorava
Enquanto olhava
Para o homem de bigode.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Sem Autor, Não Há Trabalho
Lamento muito por saber
Que agora não lerás meu trabalho.
Lamento tanto por aceitar
Que num futuro próximo
Jazerá, solitário
Meu poema.
E lamento dizer que,
Relutantemente, concordei
Em parar de escrever.
E consequentemente
Ninguém mais vai ler
Minhas histórias.
Agora, fervilho de ideias
Mas não as escrevo
Tenho obrigações.
E muito embora não simpatize com elas
Têm de ser feitas.
Lamento tanto não poder escrever.
Ano letivo já começou.
Espero que entendam.
Na verdade, nem tudo acabou
Mas meus poemas aqui
Jazerão solitários.
Afinal, sem escrita não há autor.
Sem autor, não há trabalho.
E sem trabalho, não há leitor.
Dói saber que meus poemas não serão lidos
Mas não posso lutar com as obrigações
- Como é duro a aceitação dessas! -
E lamento a verdade.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Homenagem à Minha Mãe: 17/02/2011, aniversário.
Uma História de Amor
Nasci chorando,
Acordei-a no meio da noite
Para dar à luz.
Causei-a as maiores dores
E as maiores lamentações
Ainda assim, ela sorriu
Ao ver-me pela primeira vez.
Vermelho estava,
Colorido pelo sangue de seu ventre,
E quando em seus braços repousei,
Reconheci minha mãe,
Aquele rosto que sorria.
E eu chorava.
Muito. Não sei se querendo leite
Ou se eram lágrimas de felicidade.
Mas o leite ela me deu.
Também me forneceu
Moradia, amor e proteção.
E junto dela veio uma amiga
Que guardo no coração.
Enquanto crescia, silenciava
Mas dependente ainda sou.
Gosto de ter de confiar minha vida
À minha mãe.
Mesmo que chore
Mesmo que ria
Não importa o que faças
Estarei ao teu lado
Todo dia.
Não sabes minha alegria
Quando te faço feliz.
Sei que nos desentendemos
E muitas vezes erramos
Mas no final, todos sabemos:
Mãe, eu te amo!
João Lucas Fernandes de Sá
Nasci chorando,
Acordei-a no meio da noite
Para dar à luz.
Causei-a as maiores dores
E as maiores lamentações
Ainda assim, ela sorriu
Ao ver-me pela primeira vez.
Vermelho estava,
Colorido pelo sangue de seu ventre,
E quando em seus braços repousei,
Reconheci minha mãe,
Aquele rosto que sorria.
E eu chorava.
Muito. Não sei se querendo leite
Ou se eram lágrimas de felicidade.
Mas o leite ela me deu.
Também me forneceu
Moradia, amor e proteção.
E junto dela veio uma amiga
Que guardo no coração.
Enquanto crescia, silenciava
Mas dependente ainda sou.
Gosto de ter de confiar minha vida
À minha mãe.
Mesmo que chore
Mesmo que ria
Não importa o que faças
Estarei ao teu lado
Todo dia.
Não sabes minha alegria
Quando te faço feliz.
Sei que nos desentendemos
E muitas vezes erramos
Mas no final, todos sabemos:
Mãe, eu te amo!
João Lucas Fernandes de Sá
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Diferença
Tem um cara na escola
Ele usa blusa preta
E cabelo preto nos olhos
Gosta de banda de rock
Usa anéis pesados.
Tem uma menina na escola
Ela curte hip-hop
Ela prefere um DJ
Ao Slipknot:
A banda que o cara gosta.
Também tem um menino
Ele é 'colorido'
Usa verde-vivo
E calça rosa
Ele curte Restart
Mas não ouve bossa-nova.
Ainda há uma criança
Mais sorridente que todos
E ela gosta de samba
Gosta de pagode
Ouve Exaltasamba
E foge de rock.
Todos esses estilos diferentes
Vivem todos juntos, vivem como gente
E a racionalidade é o legal nesse grupo
Ninguém julga nem impressiona
Só aceita o outro.
Sob uma boa influência de seus familiares
Foram criados certo
Como todos deviam ser.
Foram criados para aceitar o gosto de todos
Seja feio, seja bonito
Seja de qualquer jeito.
Agora, tudo é melhor
Se tentarmos cooperar
Por favor, nós lhe pedimos
Tolerância já!
Chega de preconceito
Chega de ilusão
Só aceite o outro como ele é
E ele é seu irmão.
Assinar:
Postagens (Atom)