Viajavam com 'vôos' alternados
Mas nós, novatos
Viajamos em 'voos' inexplicados.
Já nos restaurantes
O freguês foi sempre imperativo
Quando ele dizia 'Pára', tu paravas.
Agora ele diz 'Para':
-Para quem?
- diz o garçom.
Há aqueles
Os "Falas-Mansas"
Que acham que dominam a distância
Entre a velha e a nova escrita
Entre o alfabeto e as palavras.
E enquanto, nessas peripécias
As letras vão indo
O alfabeto vai
Diminuindo:
'Fora "K"!
'"Kaia" fora já!'
Nessa irmandade de sons
E sinais
Dos quais
As mais importantes
São as vogais,
Não há espaço para letra inútil.
'Fúteis'
Seria a palavra adequada
Para essas leis!
Eu não sei
Mais
O por quê
De ser assim
Tirar acento
É como tirar o pingo do "i"!
Tudo fica sem cabeça!
Essa língua é uma velha
Cansada de ficar no mesmo lugar:
Sempre que fica parada, estagnada
Muda-se totalmente.
E tolamente
Estudamos
Mesmo sabendo
Que com o tempo
As regras mudarão.
E nessa regra
De sempre dificultar as coisas
Pra quem já aprendeu,
A vida avança.
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