sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Sociedade

Se pergunto da vida, tem prazo.
Se nem pergunto, sou preguiçoso.
Se quero saber dos meus amigos, sou 'largadão'.
Se não saio, sou bicho-do-mato.

Se converso, dou bobeira.
Se sou calado, antissocial.
Se procuro alguém, sou incompleto.
Se gosto de alguém, sou irracional.

Se critico, sou pedante.
Se não critico, sou 'sem-sal'.
Se gosto, não tenho gosto
Mas se não tenho gosto, como gostei, afinal?!

Se amo sou desalmado.
Se não amasse, iludido.
Se gosto, 'galinha'.
Se não gosto não sou querido.

Se vivo ao máximo, doido.
Se não, retroativo.
Se gosto de todos sou coitado
Se sou platônico, menino.

Se corro atrás do destino sou desesperado.
Se deixo ir com a maré, sou despreocupado.
Se digo que amo, é menitra.
Se digo que odeio, é verdade.

Se afirmo que foi sarcasmo, discordam.
E talvez até saibam melhor minhas expressões
Do que eu mesmo.

Se sou sucesso, 'me acho'
Se não, 'sou apagado'.
Se odeio a sociedade, sou revoltado.
Se não, sou mauricinho.

Críticas diretas e incessantes.
Sociedade que pega e mata.
Pressões de todos os lados.
Trabalhos.
Raiva.
Vida.

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